Embrapa lança livro infanto-juvenil sobre meio ambiente
O público infanto-juvenil ganha nesta sexta-feira nova ferramenta que vai ensinar meio ambiente e cidadania de forma lúdica. Trata-se da segunda edição revisada do livro 'De Olho no Ambiente', escrito por pesquisadores de várias unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A publicação será lançada durante a Bienal Internacional do Livro, no Riocentro.
A obra foi impressa em papel reciclado e desenvolvida no formato de um caderno interativo, com jogos e passatempos. O objetivo é contribuir para a conscientização ambiental dos alunos do ensino básico, na faixa etária entre 9 e 12 anos, disse o engenheiro agrônomo Aluisio Granato de Andrade, pesquisador da Embrapa Solos e um dos autores do livro.
"O material foi formatado de forma a traduzir aquele conhecimento que, muitas vezes, tem uma linguagem mais técnica e mais complicada para um público jovem, do ensino básico. A gente procurou traduzir os nomes dos solos, as características do Cerrado e também os sistemas de manejo mais conservacionistas", explicou. Segundo Granato, não existem no Brasil publicações, nessa faixa de educação, que incorporem tecnologias disponíveis no país e sistemas de produção que preservam o meio ambiente e garantem boa produção agrícola.
A obra pretende ainda alcançar o agricultor. "Essa é a nossa grande meta". Além de proporcionar maior conhecimento às crianças e adolescentes sobre o ambiente em que vivem e as alternativas existentes de produção agrícola, a Embrapa pretende que esses jovens levem até suas casas as técnicas de conservação de solo. A empresa se baseou em experiência realizada há cerca de cinco anos pela Embrapa Solos no estado do Rio.
"A gente começou a observar que as crianças eram também uma forma muito interessante de alcançar o agricultor. Porque eles passavam a cobrar dos pais as práticas e o conhecimento que recebiam na escola e não viam serem aplicados nas próprias casas, no meio rural". Com o livro, a Embrapa aproxima os técnicos da população, mostrando os efeitos das queimadas, do uso de agrotóxicos e o problema da erosão, entre outros.
Por meio da cobrança das crianças, os pesquisadores observaram que aquela era uma forma de provocar não só uma mudança de hábitos, mas também do sistema de manejo e de conhecer melhor o ambiente. "Elas passaram a entender que todos nós somos parte do ambiente. Quando você coloca um papel no chão, ou põe fogo, derruba uma mata ciliar ou aplica um veneno em quantidade e sem nenhum equipamento de proteção, estará causando problemas para si mesmo, enquanto cidadão, e para toda a região". Andrade afirmou que, de forma geral, o objetivo é formar uma rede de multiplicadores em educação ambiental.
A obra traz informações sobre o Cerrado brasileiro, que abrangem o processo de formação do solo, o uso da terra, a importância da vegetação e práticas de conservação.
Os pesquisadores querem mostrar às crianças e aos professores que "tudo está muito interligado e a gente pode melhorar o ambiente em que vive ou degradar".
Eles pretendem traduzir esse conhecimento para todos os biomas brasileiros e transformar o material para que passe a fazer parte do processo de educação de cada estado, por meio de parcerias com as secretarias de Educação. Os pesquisadores da Embrapa querem que o material seja incorporado pelo Ministério da Educação.
A publicação 'De Olho no Ambiente' foi editada pela Embrapa Informação Tecnológica e pela Embrapa Solos.
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